Depois de três ciclos amargando prejuízos, ou na safra verão ou na de inverno, os produtores de soja goianos aguardam a consolidação de uma safra recorde este ano. É estimada a colheita de 10,3 milhões de toneladas da oleaginosa, mas ainda assim abaixo da expectativa inicial. A explicação são bolsões de veranicos pontuais em algumas regiões de Goiás, que podem reduzir um pouco a produtividade. Meteorologia aponta chuva a partir de hoje para a Região Sudoeste do Estado, o que anima produtores.
A expectativa inicial era de que a produtividade média da colheita de soja fosse de 54 sacas por hectare, volume considerado bem favorável. Mas municípios como Morrinhos, Goiatuba, Edéia, Paraúna e Catalão contam com cerca de 20 dias sem precipitações. Na verdade, são veranicos, o que significa a presença de chuvas irregulares. “É aquela história de chover num lugar e em outro próximo não cair nenhum pingo”, resume o assessor técnico da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Pedro Arantes. Por isso, a estimativa agora é de que a média de produtividade fique em 50 toneladas por hectare.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), Bartolomeu Brás, diz que os volumes estão menores e as altas temperaturas intensificam os efeitos. “A Região do Vale do Araguaia é a mais afetada. Lá é uma região baixa, mas com incidência de altas temperaturas e está há 10 dias sem chuva, mas é como se estivesse há 20 dias sem chover. Isso afeta pastagem, leite, milho para silagem”, explica. Mesmo com esses percalços, Bartolomeu acredita que as condições estão mais favoráveis que a do ano anterior, quando foram colhidas 10,2 milhões de toneladas de soja.
A lavoura passa pelo momento de florada e enchimento de grãos, exatamente os períodos onde as precipitações são imprescindíveis. São necessários entre 5 milímetros e 10 milímetros de chuva diária. A boa notícia é que as previsões climáticas estão do lado do produtor, já que há indicações de chuva regular e mais bem distribuída a partir de hoje, o que deve limitar os efeitos negativos no desenvolvimento das plantações.
Fonte: Jornal O Popular