O Registro Genealógico dos Criadores de Suínos é um dos mais importantes patrimônios estatísticos da suinocultura brasileira e completou 60 anos de medição no final de 2017. Assumido pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) em 1958, a série histórica contempla a evolução dos principais indicadores zootécnicos ao longo de décadas, bem como a participação das principais empresas de genética no mercado nacional.
A suinocultura brasileira teve melhoras impressionantes em quase todos os índices, como tamanho da leitegada, conversão alimentar e ganho de peso por dia, independente da raça do animal. Tal salto qualitativo explica-se por vários fatores como nutrição, manejo, ambiência e sanidade, mas um deles se destaca. “O primeiro fator é a melhoria genética, que contribui com 90% dos avanços. O segundo item é a nutrição, para que o animal possa desempenhar o potencial”, sentencia o diretor-executivo da ABCS, Nilo de Sá.
De 1958 a 2016, cerca de 5,8 milhões de suínos de várias raças e categorias, todos potenciais reprodutores, foram registrados na ABCS. Nos últimos 20 anos, por exemplo, quatro empresas detiveram participação majoritária no mercado. Atualmente, Agroceres (48,9%), DB (7,7%), Choice Genetics (6,58%) e Topigs Norsvin (4,46%) somam 67,6%, enquanto independentes os outros 32,3%. A parcela de “independentes” abrange indivíduos registrados de multiplicadores e produtores de animais puros, cruzados ou sintéticos, além da Embrapa, que tem uma linha genética própria.
A reportagem de Suinocultura Industrial também entrevistou os representantes destas empresas genéticas. Veja o conteúdo na sequência desta matéria. Tais empresas foram protagonistas na jornada que levou a suinocultura brasileira a alcançar alguns dos melhores índices zootécnicos do planeta. “Sem dúvida, o Brasil tem alguns dos melhores indicadores. Além das genéticas, isso deve-se também à sanidade privilegiada que temos. Não tivemos problemas com PRRS [Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos] e PEDv [Diarreia Epidêmica dos Suínos] e estamos livres de PSC [Peste Suína Clássica] desde 1998”, lembra Nilo.
O diretor-executivo da ABCS também frisa a qualidade da mão de obra brasileira em relação a EUA e Europa e seu efeito positivo quanto à mortalidade. “No exterior, eles aceitam índices de 12%, no Brasil, quando se atinge 7% ou 8%, já demitem o gerente da granja. Isso também é importantíssimo”, completa.
Fonte: Suinocultura Industrial