Os cientistas Wayne Parrott, da Universidade da Geórgia, e Miguel Sanchez, da Associação ChileBio, lançaram um artigo revisando pesquisas que geralmente são usadas como supostas “evidência de efeitos negativos provocados por alimentos geneticamente modificados”. O trabalho da dupla foi publicado no Jornal Plant Biotechnology.
A avaliação dos artigos “anti-transgênicos” mostrou que todos esses trabalhos contém sérias falhas metodológicas. Em alguns simplesmente faltam informações e detalhes importantes dos experimentos e da medição real dos resultados, o que invalida as conclusões do estudo. A revisão aponta ainda que os estudos foram realizados em apenas alguns laboratórios e publicados em revistas de pouca leitura e visibilidade.
Um total de 35 artigos foram avaliados – entre eles, alguns que são frequentemente citados por críticos de biotecnologia para enfatizar os efeitos adversos das culturas transgênicas. Estudos não publicados em revistas científicas, bem como os relatórios que avaliam apenas a imunogenicidade de proteínas puras, em vez de estudos integrais de alimentos ou GM, não foram incluídos na avaliação.
Em nada menos de 49% do total de relatórios (17 artigos) os autores não forneceram informações sobre suas fontes de financiamento. Em 11% dos trabalhos houve apoio da Fundação para o Progresso da Humanidade (FPH), uma organização que tem apoiado publicamente iniciativas anti-transgênicos.
A maioria dos artigos avaliados (43%) tratam dos efeitos do evento de soja tolerante a herbicidas 40-3-2. O milho resistente a insetos MON810 foi coberto por 23% dos trabalhos, enquanto 9% abordaram eventos não comerciais. Sete estudos (20%) não revelaram qual cultura GM específica foi usada, tornando impossível replicar os experimentos. Onze de 35 estudos foram escritos pelo mesmo grupo: Malatesta na Universidade de Urbino e Universidade de Verona, ambos na Itália.
Confira o estudo na íntegra (em inglês) clicando AQUI.